33% das pessoas disseram que não possuem interesse em usar a web, e 64% consideram a ferramenta desnecessária
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Apesar da inclusão digital, novos números sobre a internet no Brasil revelam dados preocupantes. De acordo com um estudo feito pela Fundação Telefônica, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e a operadora Vivo, 64% dos brasileiros consideram que o uso da web não é necessário, ou mesmo não sabem como utilizá-la.
33% das pessoas disseram que não possuem interesse em usar a internet. Para se ter uma ideia do tamanho da exclusão digital do povo brasileiro, em Florianópolis (considerada umas das capitais com maior inclusão do País), 62% da população disse que não acha necessário utilizar a internet com frequência. No Rio de Janeiro, este índice é de 54%. Outros 31% dos entrevistados na pesquisa simplesmente não sabem usar a internet.
"Ter o computador em casa não significa que ele está sendo usado. É indicativo, mas não é suficiente. Ter dinheiro também não é tão importante como se imagina. Educação é o fator determinante", afirmou Marcelo Cortes Neri, professor do Centro de Políticas Sociais da FGV e coordenador do projeto. "A pesquisa mostra que não basta subsidiar computadores e construir centros de internet para combater a exclusão digital. É preciso investir em educação básica de qualidade. Se formos pensar em políticas de inclusão digital, temos de convencer as pessoas da importância da internet. Quando falta educação, não adianta ter computador."
No Nordeste, uma das regiões menos favorecidas do Brasil, grande parte das pessoas disseram que não usam a internet por não conhecer o seu funcionamento. Em João Pessoa (PB), por exemplo, 46% dos entrevistados alegaram a falta de uso por não saber como manusear a tecnologia.
Já na região Norte a situação é ainda mais alarmante. Lá, o maior problema não é a falta de interesse ou não saber trabalhar com a web, mas sim a falta de computadores disponíveis. No relatório da FGV, o Amapá foi considerado o Estado com pior índice de acesso à internet no País.
Para a Fundação Telefônica, o estudo dá subsídios para traçar novas estratégias no crescimento da rede de internet banda larga pelo país. "A inclusão digital é vista por nós como uma forma de inserção social e faz parte do negócio da companhia. Esta pesquisa é importante para a aceleração do crescimento da internet no País", disse Luciene Dias, diretora regional da Vivo.
Os estados do Brasil com melhor acesso domiciliar são Distrito Federal (58%), São Paulo (48%), Rio de Janeiro (43%), Santa Catarina (41%) e Paraná (38%). Já os de pior taxa são Maranhão (10%), Piauí (12%), Pará (13%), Ceará (16%) e Tocantins (17%).
Olhar Digital
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