Conheça os recursos que ainda seguram usuários do site que introduziu o conceito de rede social no Brasil
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É um pouco deprimente acessar o Orkut hoje em dia. A rede social que um dia já foi a mais popular do Brasil vem cada vez mais perdendo popularidade. E o que resta aos usuários resistentes é uma página de scraps parada há meses e uma timeline ignorada. Mas o que ainda leva estas pessoas a acessarem uma rede social que oferece cada vez menos sua função inicial: o social?
Não há dúvidas de que, para a maioria do público, o relacionamento pessoal migrou para o Facebook. Não à toa, já em 2011, a rede de Mark Zuckerberg assumiu o posto de mais acessada pelo público brasileiro, com mais de 30 milhões de usuários ativos.
Desta forma, o Orkut vem cada vez sendo reduzido a um grande conjunto de fóruns, representados por uma de suas funções primordiais: as comunidades. Não há no Facebook, ou mesmo no Google+, um recurso que reúna pessoas com gostos semelhantes e encoraje tanto o debate.
O que as outras redes oferecem são alternativas. O Facebook tem as fanpages, mais abertas, às quais você se junta com um 'Like', e os grupos, mais restritos, que têm uma dinâmica mais parecida com as comunidades. Entretanto, o pouco espaço dado para os comentários é considerado restrito por alguns usuário.
"No Facebook, o usuário é encorajado a comentar o post original e não a iniciar um debate com outras pessoas. Quando você concorda, pode dar um 'Like' ou você pode até tentar argumentar, mas dificilmente iniciar uma discussão", explica Rafael Santos, de 26 anos, que não abre mão de acessar algumas de suas comunidades.
Esta diferença faz com que muitos dos usuários se fechem em seus círculos sociais no Facebook, apontam aqueles que não abrem mão do Orkut. Enquanto discutiam nas comunidades, os ‘orkuteiros’ tinham contato com várias outras pessoas distintas, o que facilitava a aquisição de novas amizades e até mesmo namoros.
Ao longo dos anos, o Orkut se consagrou com comunidades sobre praticamente todos os temas. Desde as mais bobas, que foram criadas como piada, a outras para incentivar discussões. As que se enquadram nesta segunda categoria estão ativas e movimentadas até hoje; são os fóruns de futebol, política, seriados de televisão e até mesmo dúvidas tecnológicas. Outras comunidades bastante ativas são as de downloads, embora muitas delas tenham conteúdo pirateado.
Para ter uma ideia de como estas comunidades ainda podem ser importantes e úteis, um dos repórteres do Olhar Digital, em pesquisas para uma série de reportagens que devem ser publicadas nas próximas semanas, se deparou com um dos fóruns do Orkut como uma de suas principais fontes de informação.
Outro recurso elogiado na primeira rede social do Google é que ela é menos invasiva do que o Facebook. Dependendo do nível de atividade da pessoa, a timeline do site de Zuckerberg pode ficar poluída com o conteúdo compartilhado pelos seus contatos. Além disso, o usuário se sente menos compelido a divulgar informações pessoais, o que aumenta sua privacidade.
Por estas razões, ainda há muitos usuários que não abrem mão do Orkut, mesmo que seja apenas para visitar uma única comunidade. “A atividade dos meus amigos realmente diminuiu, não recebo mais scraps, mas enquanto minhas comunidades favoritas ainda estiverem ativas, continuo fiel ao Orkut”, explica Santos.
Fonte: Olhar Digital
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